DECANTANDO DÉCADAS
PAULO FLORES - 40 ANOS DE TATUÍ
APRESENTAÇÃO
A Exposição passeia pelos 40 anos de produção Tatuiana do artista Paulo Flores que é músico, educador, pesquisador, poeta, ilustrador, um artista mais-valia, que se aproveita das muitas linguagens da arte pra se manifestar, pois a arte mora no artista. Sediado em Tatuí desde 1981 quando veio lecionar no Conservatório de Tatuí, a convite do então Secretário da Cultura de São Paulo, o pianista e maestro João Carlos Martins, como professor de flauta erudita. Em 1984, ano em que fixou moradia na Cidade da Música, deu expansão a sua verve criativa produzindo de maneira incessante e se expressando por vários meios artístico. Aqui nessa exposição faremos um apanhado de sua produção visual com desenhos, pinturas, cartazes, programas, arte de CDs, ilustrações, obras poliedrofônicas em papel, aquarela, telas, telas de vidro/canvas e vidros duplos, tudo organizado cronologicamente e combinados com textos, fotos, áudios, vídeos e quiosques online que complementam todos esses 40 anos de produção artística. São centenas de peças que podem em parte ser visitados na ainda incompleta linha do tempo do instagram que parte de 1981 e está no ano de 2017
https://www.instagram.com/pauloeflores.br/ em processo de desenvolvimento. Também nos sites www.pauloeflores.com www.brasilinstrumental.com www.movimentosemtela.art.br pode-se ter uma ideia de parte do vasto material que fará parte dessa exposição multimídia. Essa será a primeira exposição pública do sistema poliedrofônico que cria figuras de abstração geométricas extraídas de sequências musicais bem como a ação inversa que cria músicas de figuras geométricas extraídas das artes plásticas. O foco deste projeto está na pesquisa e no desenvolvimento deste sistema híbrido que se utiliza da geometria universal para um moto perpétuo criativo entre música e artes plásticas, já em si mostrando a grande gama de desdobramentos, como nas esculturas e instalações multimídia, bem como nas artes digitais.
http://www.brasilinstrumental.com/poliedrofononia
JUSTIFICATIVA
São 40 anos de acontecimentos que em muito ajudaram a dar para Tatuí o título de Cidade da Música e torná-la conhecida mundialmente. Flores foi um dos criadores do Curso de MPB e Jazz do Conservatório de Tatuí pioneiro na pedagogia da música brasileira que atraia mais de 1000 candidatos todos os anos também e celeiro de dezenas de profissionais que hoje estão nos grandes palcos do mundo. Também criador do Festival Brasil Instrumental que em suas 8 edições em Tatuí de 2000 a 2008 http://www.brasilinstrumental.com/acervo-festival-brasil-instrumental transformava a cidade no maior centro da música instrumental do Brasil com dezenas de shows no teatro, nas ruas, praças, bares, jam sessions, oficinas, workshops debates, papos, bailes, editais para as mais variadas formações e estilos da música instrumental brasileira, uma verdadeira festa que teve sua última edição itinerante em 2024 em parceria com dezenas de municípios do estado de São Paulo e com a Unicamp, Circuito Brasil Instrumental 2017 e
Circuito Brasil Instrumental 2024. Nesses anos de Conservatório desde 1981 foram criadas por Flores: a Orquestra de Câmara do Conservatório de Tatuí, o Circuito Cultural que deu origem as Oficinas Culturais da Secretaria de Estado da Cultura, junto com Koellreuter criou uma nova pedagogia musical, o curso de MPB e Jazz, a Cambanda Jazz Combo, o Festival Brasil Instrumental e a Mostra Brasil Insturmental com 5 CDs, a Banda Curare e a Banda Brasil Instrumental e dezenas de projetos, shows e apresentações que ilustrou, escreveu resenhas, textos, compôs trilhas, arranjos, para convidados como Dori Caymmi, Monica Salmaso, Toninho Ferragutti, Edmundo Villani, Laércio de Freitas, Ricardo Herz, Lea Freire, Paulo Freire entre muitos outros artista nacionais e estrangeiros que geraram todo o material gráfico e sonoro desta exposição com parte da história de nossa cidade. Seus projetos de cunho social através da Associação Brasil Cultural já receberam dezenas de prêmios transformando sua sede Chalé das Artes em Ponto de Cultura com seu projeto Músicos sem Fronteiras que propõe o retorno do ensino de música nas escolas através da prática dos ritmos brasileiros patrimônio imaterial do Brasil, criando uma cartilha online interativa onde todas essas manifestações culturais serão disponibilizados para uso em todas as escolas do país pelas próprias comunidades mantenedoras das culturas. Adequar e incluir a cultura dos ritmos brasileiros nas escolas como princípio de educação musical nos remete as raízes de nossa formação étnica/cultural e cria assim dentro de cada criança o respeito e o orgulho de ser uma parte da história do hoje, dando a elas a confiança de buscar novos caminhos. Outra proposta do programa Músicos sem Fronteiras é de transformar todos os espaços públicos em centros de cultura com suas salas conservatório. Só a arte e a cultura na educação poderão nos tirar da barbárie! http://www.brasilinstrumental.com/musicossemfronteiras.html Também essa será a primeira exposição pública com obras poliedrofônicas. http://www.brasilinstrumental.com/poliedrofonia
PERÍODO E LOCAL
MIS - Museu da Imagem e do Som de Tatuí - de 1 a 30 de outubro de 2025
Pequena História da MPB
APRESENTAÇÃO
COMEÇOU HÁ MAIS DE 10 ANOS Jazz Combo do Conservatório de Tatuí apresenta ‘A Pequena História da MPB’ Apresentação especial de estreia de temporada acontece dia 5 de junho, no teatro ‘Procópio Ferreira’ Até o final deste ano, a história da música popular brasileira será contada em diferentes apresentações da Jazz Combo do Conservatório de Tatuí – grupo vinculado ao Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Estado da Cultura. A estreia da temporada será na sexta-feira, dia 5 de junho, às 20h30, no teatro “Procópio Ferreira”, do Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos” de Tatuí. A abertura de “A Pequena História da MPB” terá como tema “O Pessoal da Velha Guarda”. Sob coordenação do professor Paulo Flores, os integrantes da Jazz Combo do Conservatório de Tatuí apresentam obras notabilizadas na história da música brasileira – a partir do ano de 1870 até a Era do Rádio. São 20 composições, de compositores como Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Benedito Lacerda e do mestre Pixinguinha. Deste último, há arranjos originais que foram adaptados à formação do grupo pelo próprio Flores. Além de boa música instrumental, a apresentação terá projeções e, também, narração. “Será um resgate histórico a partir de materiais originais, adaptados. Muitas das melodias da época soam modernas”, comentou o coordenador Flores. “As apresentações seguirão com outras fases da MPB até o período atual. (jornal O Progresso de Tatuí 2009)
O PROJETO E SUA RELEITURA
Esse projeto nasceu em 2009 numa busca pedagógica de levar ao público, o mais variado possível, na época coordenava e era lider criador do Jazz Combo do Conservatório de Tatuí, grupo que formei em 1992 com o nome de Cambanda Jazz Combo, logo depois de termos criado o curso de MPB e Jazz para desenvolvermos a leitura e o estudo da música criativa de improvisação. Em 1999 lançamos nosso CD Rumo Norte com composições e arranjos meus e em 2002 começamos o trabalho de gravação do CD Sextando, que foi concluído em 2019 depois de muitas idas e vindas de uma política cultural que afetou a todos nós artistas. Hoje busco reativar esse projeto numa releitura de flauta solo e percussão com a participação do público presente nas intervenções, com o uso da voz e da percussão corporal da plateia. Assim vislumbro, nesse conceito de fazer dela também artista, uma busca de trazê-los com nova forma de participação, mais ativa e participativa. São 3 fases da nossa história: 1- O Pessoal da Velha Guarda 2- A Era do Rádio 3- O Cool Jazz e a Bossa Nova Um agradável e participativo evento com cunho no resgate de nossa cultura musical.
GÊNERO MUSICAL
Parte 1 - O Pessoal da Velha Guarda
O século XIX vivia os ecos do iluminismo. Impérios se desfaziam e democracias se estabeleciam. O humanismo se firmava em conceitos e atitudes. A escravidão não podia mais ser suportada. Ismos surgiam pelos quatro cantos....Marx equilibrando o capital e o trabalho; Comte vendo a evolução positivista das sociedades; Bakunin elevando o homem a um status semidivino para construir uma sociedade perfeita sem governos; Darwin e a evolução das espécies rompendo pondo em dúvida os dogmas religiosos; Freud expondo a libido com complexas interpretações de nossos sonhos... Correntes de pensamento fluíam nas ciências e nas artes. Invenções, descobertas... bateria, máquina a vapor, motor elétrico, estrada de ferro, petróleo, turbina, hélice, radioatividade, luz elétrica, motor a gás, telefone, geladeira, rádio, telégrafo, fonógrafo, automóvel, raio x, fotografia, cinema, avião.....nas artes plásticas o abstrato substitui o retrato, impressionismo, expressionismo, pontilismo.... dando caras ao auge do romantismo na música, Wagner, Debussy, Fauré, Ravel,.....as danças de salão faziam o mundo ferver com suas valsas, polcas, habaneras, schottischs, tangos e o tango brasileiro. Sim o maxixe, a dança sensual proibida no recato da sociedade carioca e praticada nos forrós da Cidade Nova e nos cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro, porém absolvida por Pio XI quando a ele apresentada pelo grande dançarino brasileiro Antônio Lopes de Amorim, o Duque. Dança e música numa cultura simbiótica, resultado da convivência de muitos povos, arte bactéria que se propaga no meio. Assim compositores como José Belisário de Santana, o introdutor da polca no Brasil, começam a dar a cara da nossa música. Uma polca com sutis mudanças de ritmo e umas pitadas de habanera espanhola e lundu africano. Pelas mãos de Irineu de Almeida, Alfredo Dutra, Pedro Galdino, Cardoso de Menezes, Mário Alves, Luiz de Souza, Amadeu Taborda, Antônio Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e outros, é feito o parto de um dos mais brasileiros estilos musicais. Nasce o choro! Parafraseando Almirante, Henrique Foréis Domingues, chamarei essa primeira fase da pequena história tocada de nossa música popular de O Pessoal da Velha Guarda. Almirante foi um dos primeiros pesquisadores de nossa música. Comandava o programa de mesmo nome na rádio Tupi, todas as 4ª feiras das nove as dez da noite. Tive contato e acesso a eles durante meu projeto Benê, o flautista (www.maritaca.art.br/bene1+cd.html e www.tratore.com.br/cd.asp?id=7898909537306) onde resgato a obra do flautista Benedito Lacerda que junto com Pixinguinha faziam os acontecimentos musicais para as curiosas narrações de Almirante. Faremos um passeio desde Chiquinha, Nazareth passando por Villa Lobos até Benedito e Pixinguinha, no auge da era do Rádio, ilustrados com relatos, narrações e fotos desta época.
Parte 2 - A Era do Rádio
Grande figura da 1ª Grande Guerra, o rádio recém inventado por Marconi, faz sua estréia, no mundo, numa das maiores disputas políticas da nossa história. Através de suas ondas invisíveis, tramas e ardis podiam ser encaminhados e praticados assim como em libidinosos sussurros de alcova. Volumes incontáveis de aparelhos eram fabricados sem a perspectiva de um fim para o confronto mundial. Em junho de 1919, no “mal assombrado” palácio de Versalhes é assinado o fim da guerra, ou a pausa propulsora do fascismo que assolaria a Europa e onde, mais uma vez, o papel do rádio foi crucial. Então o que fazer com milhares de aparelhos calados? Colocando uma grande antena em sua fábrica, a Westinghouse começa a transmitir música para a cidade comercializando assim seu silencioso estoque. Nasce a era do rádio. Em 1921 eram 4 emissoras americanas, no final de 1922 quase 400! Talvez algo que só teve paralelo com a Internet - 50 milhões de pessoas em 4 anos. No Brasil a primeira transmissão ocorre em 7 de setembro de 1922, com o discurso do então presidente Epitácio Pessoa, numa antena instalada no alto do Corcovado. Em 1923, Roquete Pinto, inaugura sua rádio clube, onde os ouvintes eram sócios e contribuíam para a manutenção da emissora. Somente em 1932 é autorizada a publicidade. Nas ondas nasce um Tsunami! Programas passam a ser patrocinados: jingles, vinhetas, cantores, calouros, orquestras, locutores, esportes, notícias, um mundo de prazer e informações na sua casa, na sua poltrona predileta. Ary Barroso faz nascer o narrador esportivo, já com alma de torcedor....Almirante cria o programa de auditório.....a rádio novela estréia – Em busca da felicidade e O Direto de nascer....o jornal falado - O Reporter Esso....o humor de Chico Anysio na Rua da Alegria....Abelardo Barbosa e o Cassino do Chacrinha....Balança Mas Não Cai... Em 1º de abril de 1951, Geraldo José de Almeida, narra um São Paulo 0 X 4 Milan!!! Um jogo que nunca existiu...brincadeirinha....dia da mentira. Como em 1938 quando Orson Welles faz uma adaptação na rádio Columbia de Guerra dos Mundos de H G Wells, e leva pânico aos moradores de Nova York. Talvez não seja somente um lembrar histórico esse show do Jazz Combo, talvez sim, seja “um procuremos lembrar” do poder da mídia, da sua contemporaneidade, com rádio, tv, internet, o que for...e sua conseqüente responsabilidade social, seja para o bem ou para o mal.
Parte 3 – O Cool Jazz e a Bossa Nova
Num pós 2ª guerra, tempos ainda embalados pelo som do swing e suas jazz orquestras ou big bands, pilotadas por azes como: Glenn Miller, Benny Goodman, Tommy Dorsey, Artie Shaw, Duke Ellington e Count Basie, nascia o coll jazz. Cool de que? De fresco, novo, frio, limpo, legal, bonito, tranqüilo, agradável? Como com o impressionismo o tiro pejorativo dado por alguns críticos da época, prováveis adoradores dos malabares produzidos pelo bebop como no dançar frenético do swing, saiu pela culatra. The Birth of Cool, disco de Miles Davis, gravado em 2 seções no começo de 1949 e concluído em mais uma em março 1950, com 12 músicas tocadas por uma inusitada e contrastante formação musical, onde trompas e tuba se juntam aos costumeiros saxofones, trompetes e trombones, docilmente acompanhados por piano, baixo e bateria com arranjos de Gil Evans, Garry Mulligan e Jonh Lewis vem definir o estilo. Isenção de vibratos, tons pastéis e aveludados, linhas tênues e delicadas, notas escolhidas a dedo, selecionadas uma a uma, traz uma opção contrária a fúria tempestuosa dos tempos rápidos do bebop. Assim começa os anos 50.... Copa do Mundo no Brasil, 1ºGP, Silverstone, Índia , Ghandi, Maracanã, TV, Tupi, Giuseppe Farina, Fórmula 1, Juan Manoel Fanggio, Transistor, Juan Perón, Elizabeth II, Bomba Atômica, ONU, Fulgencio Batista, Bomba de Hidrogênio, Volkswagen do Brasil, DNA, Coréia, Nikita Khrushchev, Guerra Fria, Rede Record, Petrobras, Caixa Negra. Elvis Presley, Carlos Lacerda, Pacto de Varsóvia, Guinness Book, Juscelino Kubitschek, Caravelle, Romi-Isetta. Sputnik, Canal de Suez. Fidel Castro, Papa Pio XII, Jules Rimet, USS Nautilus, Revolução Cubana, Ernesto Che Guevara, Vinil, LP, Canção do Amor Demais.... Bossa Nova. Elizeth Cardoso grava este LP com 13 músicas de Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes dando início ao movimento da Bossa Nova, o cool brasileiro, um mix de bolero com samba temperado com o espírito do jazz cool. Tom Jobim e Moacir Santos dão as cartas nesse jogo de bom gosto e ousadia, sem medo se utilizam de todos os conhecimentos, estudos e pesquisas, citando Chopin, Debussy, Ravel, Villa Lobos, e quem quer que tenha algo para contribuir com essa festa dos sons. Villa falava com muita propriedade – “....o folclore sou eu!”. Ter espírito, alguma filosofia que norteie a alma, esse sentido de propriedade, de participar do mundo, de ser parceiro de Deus, sócio na Criação, esse não medo de usar e ser usado, poder dizer – Na vida nada se cria, tudo se copia! – e rir de quem acredita que pode fazer algo a partir do nada, alguém fez?
A OFICINA
APRESENTAÇÃO
O que mais me atina o pensamento nesses tempos tem sido a questão formação de público. Temos presenciado, nas últimas décadas, uma significativa perda de público em teatros e cinemas, tem-se como resposta óbvia o crescimento desde o vídeo com suas vídeos locadoras aos dias de hoje com Youtubes, Netflix, Spotifys, etc e tal, fomos vendo os teatros serem transformados em assembleias religiosas. Podemos ficar aqui elucubrando por dias, semanas, porém, não chegaremos a uma causa e sim uma vasta quantidade delas, principalmente o esquecimento das matérias de arte nas escolas. Por 35 anos fui coordenador de uma das escolas mais famosas da América Latina, o Conservatório de Tatuí, possuidor de um ótimo teatro para 500 pessoas e com uma grade de programação das mais variadas e em geral gratuita, onde a média de público era bastante exígua, tipo de 10 a 20 por cento da lotação da casa, fato que me levou a criar o projeto Músicos sem Fronteiras, levando para as escolas, asilos, APAES, praças, seja onde houvesse público nossas apresentações. Aqui estamos de volta a questão: formação de público!?! Acreditando no fator fundamental do interesse através da participação montamos esse projeto de performance multidisciplinar, que soma música, dança e teatro numa interação intuitiva de improvisação, assim libertando a mente criativa e formando um "público" interessado em cultura.
Muito além do ser-se público as oficinas libertam o participante pro ser-se artista, criador, seja onde for e o que faça. Víamos arte, no passado, em tudo que se fazia, de um bolo a uma cadeira, de um vestido a uma luminária, do barroco ao art-nouveau, sempre uma integração do criativo no cotidiano palpável. Domenico De Masi explora um tanto deste histórico no livro A evolução e a regra, e aqui caminhamos num questionar contemporâneo: COMO VIVER SEM ARTE? Fastfood e prêt-à-porter se tornou o mundo, fast coisas e delivery troços uma alucinante fúria consumista alimentada por uma indústria que cada dia mais se afasta do usuário trocando-o pelo consumidor. Sentimos no dia a dia a decadência da qualidade, seja da maionese ou do descartável automóvel, as estratégias de marketing que se confundem com ações golpistas do passado, se mesclando com campanhas de saturação que mantém o conceito de mentir 1000 vezes para se tornar verdade, hoje a fakenews com velocidade digital. Dizem que um povo sem passado não tem futuro, ou um país que não preserva a memória, ou uma pessoa que sem cultura não tem memória nem do passado nem de si mesmo, já que em mente vazia como o vácuo abre espaço pros ventos do condicionamento e do preconceito, a oficina do diabo.
Todo o trabalho, em abas as opções, tem sua complementação online, os participantes poderão optar pela vivência presencial se hospedando no Chalé das Artes pelo final de semana, da noite de sexta a domingo com EAD parcial ou participar de forma EAD integral.
CONCEITO DE LIVRE IMPROVISAÇÃO
Acredito que a improvisação na música venha da liberdade da pesquisa sonora, o futucar objetos, estimulá-los de maneiras várias e descobrir os sons (e silêncios) que deles surgem, como na vida nossas escolhas, nossas frases, nossos gestos, movimentos, vem das nossas cargas conceituais de vida, nossas experiências, nosso enxergar. Depois com conceitos próprios, vindos de qualquer parte do ser, passamos organizá-los de uma maneira própria. Essa é a palavra chave “PRÓPRIO”! Um adjetivo que significa:
-particular, pessoal, respectivo, devido, exclusivo, privativo, característico, especifico, peculiar,
intrínseco, típico, inerente, natural, essencial, especial, singular, ímpar, único, sui generis...
Sendo assim podemos dizer que quaisquer sons organizados de forma própria é música. Juntando-se a esse conceito as expressões inerentes ao cotidiano humano, como o gesto, o movimento, a fala, a conversação, o olhar, a leitura e a visão periférica, numa somatória de atitudes geramos a performance pública.
O objetivo da livre improvisação é gerar processos criativos e não obras acabadas. Por isso, os critérios para análise e compreensão da improvisação devem ser diferentes daqueles utilizados para a composição. A improvisação livre tem como fundamentos a ideia do processo, a ação intelectual intencionalmente criativa por parte dos participantes (pensados aqui enquanto intérpretes-criadores), a visão, a escuta, a percepção intensificada e a interação em tempo real.
PROPOSTA
Serão criadas performances onde será explanado o universo histórico da improvisação e os caminhos da liberdade artística e a busca de caminhos práticos de execução interativa da livre improvisação para o despertar da mente criativa. Assim serão construídas performances públicas em cima da ação desenvolvida pelos participantes, sejam atores, dançarinos, músicos, poetas, pessoas que estejam no palco ou na plateia, sejam elas presenciais ou virtuais, onde suas experiências visuais, auditivas e corporais momentâneas atuam sobre o todo que os envolve, resultando num coletivo plástico, sonoro e visual único. Todas as performances serão gravadas bem como todo o processo de trabalho.
OBJETIVO
Juntar num mesmo espaço estudantes de escolas públicas de Tatuí, para que através da Livre Improvisação adequada aos períodos da Pequena História da MPB, despertem a mente criativa pela manifestação que lhe for espontânea, música, dança, literatura, pintura, escultura e para a inclusão das novas tendências da mídia contemporânea, com a utilização dos novos instrumentos híbridos que são chamados de SMARTPHONES. Juntar as manifestações do corpo, do som e da visão num processo criativo e perceptivo único, levando ao conceito “arte” antes do tecnicismo da linguagem.
PERÍODO E INSCRIÇÕES
As oficinas poderão ser agendadas em pauloeflores@hotmail.com ou no whatsapp 15 997821693 para o período de 1 a 30 de outubro de 2025 - manhã, tarde e noite.
LOCAL MIS - Museu da Imagem e do Som de Tatuí






















